Grosso modo, podemos dizer que um site de Web Arte disponibiliza um canal de experiências visuais, sonoras ou temporais com o visitante.
Web arte ou webarte é uma categoria de arte computacional que somente pode ocorrer em redes de computadores. Sua principal característica estética envolve a interatividade, por meio da qual o interagente, atuador ou usuário modifica o conteúdo do trabalho, em tempo real, de modo a transformar o evento em função de sua participação.
Ao criar um trabalho de arte para a rede, parte-se do princípio de estabelecer relações com a sensibilidade do internauta, tornando a navegação, uma experiência insólita, cômica, hermética, repetitiva, labiríntica, estética etc. Aqui existe uma busca de resultados subjetivos, intimamente ligados com a experiência do visitante vivenciada no trabalho, que por sua vez, se presta a um grande número de leituras particulares que serão resultado direto da ação do repertório visual do interpretante.
Assim, a leitura de típicos trabalhos de Web Arte que se utilizam de elementos do universo computacional (botões padrão, barras de navegação, mensagens típicas de softwares etc.) dependerão da existência das informações deste universo no repertório visual do visitante. Em outras palavras, se ele não conhecer do que exatamente se trata, sua leitura irá correr o sério risco de não ser satisfatória e ficar somente no nível estético ou de composição estrutural das imagens. Atualmente, a Web Arte apresenta-se como uma expressão comlinguagem ainda em definição. Muito do que é produzido para a Internet, ainda parte de conceitos oriundos de outros meios já existentes, como a pintura, a fotografia, o cinema e ovídeo. Apenas o que for produzido sendo pensado para a rede Internet pode ser chamado de Web Arte.
A 24ª Bienal Internacional de São Paulo, que ocorreu em 1998, foi a primeira a incorporar oficialmente trabalhos de web arte. A curadoria foi assinada por Ricardo Ribenboim e Ricardo Anderáos. Além de reunir links para trabalhos de vários artistas nacionais e estrangeiros, essa curadoria inovou ao desenvolver um aplicativo em Flash que permitia navegar em uma trama de conceitos relacionados que davam links aos trabalhos selecionados. Além de fornecer links para trabalhos que já se encontravam na rede, a curadoria também encomendou obras especificamente para essa mostra.
Esse foi o caso de Valetes em Slow-Motion, de Kiko Goifman e Jurandir Müller, uma ousada experiência que combinava uma interface 3D em linguagem VRML e uma webcam que permitia aos visitantes da Bienal verem e serem vistos por detentos do Presídio da Papuda, em São Sebastião (DF), em dias e horários previamente marcados. Outro exemplo foi o projeto-instalação Colunismo, de Gilbertto Prado, que também utilizava duas webcams conectadas à Internet, disparadas por sensores no espaço físico da instalação pela passagem dos visitantes, que tinham suas imagens mescladas com outras que faziam parte de um banco de dados preciamente preparado, e então disponibilizadas online para todo o planeta.
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